“If a tree falls in the forest and no one is around to hear, does it make any sound?”
Pois...sei que nunca vais ler o que aqui escrevo. E sei que nunca irás ler os meus olhos.
Sei que também olhas para mim, mas sem saberes o que pensar dos pensamentos que tenho.
Eu sei que olho para ti e nada espero, mas espero o que a esperança ténue me dá.
Olho o teu olhar, lindo, muitas vezes triste. Vejo-o, o teu olhar, encaminhar-se para outras visões...para vê-lo desvanecer-se numa tristeza de alegria aparente.
Nada esperas de outros olhares e tal como eu, esperas tudo.
Que posso fazer?
Mesmo que passasse mil horas a contemplar-te não poderia dizer-te o que sei sentir, sem fazer que o sentido do que dizia fizesse...sentido.
Nem posso aguardar o dia em que possa ser plenamente verdadeiro contigo, nem posso aguardar o dia em o vá dizer...
Gostava de sentir o teu beijo apenas uma vez...para não dizer que partiste sem ter um meu...
E assim espero por algo que nunca será verdade, sem o ser apenas para mim.
E vou esperar por esse dia, que nunca virá, para poder-te dizer o que realmente passa nos meus olhos.
A tua verdadeira beleza, o teu verdadeiro ser verdadeiro, nada disso é real para mim, porque verei sempre o melhor
Gostaria, no entanto, de nunca ver o que te entristece tanto. Por outro lado gostaria com enorme força de ter a oportunidade de combater essa tristeza contigo.
Assim, por enquanto, ficamos ambos sozinhos e tristes...mesmo quando acompanhados.
Sem podermos intervir na vida um do outro.
E assim escrevo-te esta carta, como uma árvore que cai na floresta, sem saber se estás lá para ouvir.
Mas creio que ao olhares na minha direcção, vês uma floresta e não as árvores!
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