Una Salus Victus Revisitado

segunda-feira, novembro 13, 2006

“If a tree falls in the forest and no one is around to hear, does it make any sound?”


“Se uma árvore cair numa floresta e se ninguém lá estiver para ouvir, será que faz algum ruído?”

Pois...sei que nunca vais ler o que aqui escrevo. E sei que nunca irás ler os meus olhos.

Sei que também olhas para mim, mas sem saberes o que pensar dos pensamentos que tenho.

Eu sei que olho para ti e nada espero, mas espero o que a esperança ténue me dá.

Olho o teu olhar, lindo, muitas vezes triste. Vejo-o, o teu olhar, encaminhar-se para outras visões...para vê-lo desvanecer-se numa tristeza de alegria aparente.

Nada esperas de outros olhares e tal como eu, esperas tudo.

Que posso fazer?

Mesmo que passasse mil horas a contemplar-te não poderia dizer-te o que sei sentir, sem fazer que o sentido do que dizia fizesse...sentido.

Nem posso aguardar o dia em que possa ser plenamente verdadeiro contigo, nem posso aguardar o dia em o vá dizer...

Gostava de sentir o teu beijo apenas uma vez...para não dizer que partiste sem ter um meu...

E assim espero por algo que nunca será verdade, sem o ser apenas para mim.

E vou esperar por esse dia, que nunca virá, para poder-te dizer o que realmente passa nos meus olhos.

A tua verdadeira beleza, o teu verdadeiro ser verdadeiro, nada disso é real para mim, porque verei sempre o melhor em ti. E assim não sei quem amo, pois resta-me uma paixão conseguida por uma pessoa afastada de mim por um mundo de acontecimentos alguns tristes, alguns felizes.

Gostaria, no entanto, de nunca ver o que te entristece tanto. Por outro lado gostaria com enorme força de ter a oportunidade de combater essa tristeza contigo.

Assim, por enquanto, ficamos ambos sozinhos e tristes...mesmo quando acompanhados.

Sem podermos intervir na vida um do outro.

E assim escrevo-te esta carta, como uma árvore que cai na floresta, sem saber se estás lá para ouvir.

Mas creio que ao olhares na minha direcção, vês uma floresta e não as árvores!